05/05/2024

EM ENTREVISTA AO JP, ROBERTO ROCHA ADMITE CANDIDATURA AO GOVERNO DO MARANHÃO EM 2026

Em entrevista exclusiva ao jornalista Manoel Santos Neto, do Jornal Pequeno, o ex-senador Roberto Rocha disse que não pretende disputar as eleições municipais do próximo mês de outubro, embora tenha sido convidado para ser candidato a prefeito de cidades como Imperatriz e Balsas, dois dos municípios que lhe deram expressiva votação e a primeira colocação em 2022. Ele frisou que não disputará neste ano devido ao fato de estar decidido a ser candidato a governador do Maranhão no pleito de 2026.

Na entrevista ao JP, Rocha também falou de sua vida pessoal e dos momentos difíceis que passou com a perda do filho Paulo Roberto em 2022 depois de uma longa luta contra o câncer, situação que praticamente o deixou impedido de fazer campanha de reeleição naquele ano. No ano seguinte, nova perda: a do irmão Rochinha, ex-prefeito de Balsas.

Agora, Roberto Rocha admite abertamente que está disposto a disputar a sucessão do governador Carlos Brandão em 2026: “Sem nenhuma presunção, mas se tem alguém hoje formado em Maranhão, que palmilhou esse chão de ponta a ponta e estudou os problemas em debates com grandes especialistas assim como com o povo na sua dura realidade, esse alguém sou eu. E aquele político que duvidar eu convido para um debate público sobre o estado. Não quero discutir governo, muito menos pessoas. Quero discutir o estado. Problemas e soluções”, foi o que afirmou o ex-senador nesta entrevista:

Jornal Pequeno – Que avaliação se pode fazer do mandato de Roberto Rocha durante oito anos como senador do Maranhão no Congresso Nacional?

Roberto Rocha– Do ponto de vista legislativo, fui eleito várias vezes consecutivas o melhor parlamentar do Maranhão e um dos melhores do Brasil. Centenas de projetos importantes que fui autor ou relator, como por exemplo, autor do Novo Marco Legal das ZPE’s e relator da Reforma Tributária.

Creio que nunca antes na história a população tenha visto um senador fazer tantas entregas no Maranhão. Nunca antes um senador fez projetos estruturantes, que é, na minha visão, o único caminho para tirar o nosso estado desse atoleiro que se encontra.

Posso dizer, sem medo de errar, que o nosso mandato foi fundamentado na visão de um Maranhão que não foi capaz, até agora, de desembrulhar o presente que Deus nos deu, com tantas riquezas naturais como nenhum outro estado nordestino é capaz de ombrear.

JP – O que mudou na política do Maranhão com a ascensão de Flávio Dino ao STF?

RR – Não sei se o Brasil ganha com a entrada dele no STF, eu sei que o Maranhão ganha com a saída dele da política. Contudo, não acho apropriado correr o estado pedindo votos para representá-lo no Senado, e depois, no primeiro ano, buscar o que é melhor para si próprio e abandonar a representação do Maranhão. Beira o estelionato eleitoral.

Mas alguém poderia me perguntar: vem cá, você não aceitaria ser ministro? Eu respondo: Em 2018, no meio do mandato de senador, quando meu filho foi diagnosticado com câncer e o mundo caiu sobre minha cabeça, eu fui convidado, e não aceitei, para ser ministro do TCU na vaga do Senado, que era ocupada por um maranhense, o conterrâneo Raimundo Carreiro.

Apesar de viver os piores dias da minha vida tentando salvar meu filho, eu entendi que não era tempo de aposentar politicamente, que ainda tinha a oferecer para o Maranhão e para o Brasil. Por exemplo, se tivesse aceito hoje não teríamos a Reforma Tributária.

JP – Qual sua análise do governo do presidente Lula, em geral, e sobre obras do governo federal no Maranhão?

RR – O presidente Lula está tentando fazer o que pode dentro do contexto atual. O que pesa contra é a interdição ideológica do modelo de governança. A obra que vi entregar até agora foi a BR 226, o anuncio das obras da BR 135, de Miranda a Caxuxa e a federalização da MA 006, de Balsas a Tasso Fragoso. Todas três a iniciativa dos projetos e dos recursos são do senador Roberto Rocha. Você pode perguntar no DNIT.

JP – Que avaliação se pode fazer hoje do desempenho da atual bancada federal maranhense?

RR – Não vou me referir ao Senado para não parecer piegas e/ou cabotino. Na Câmara dos Deputados, eu lamento muito hoje não termos deputados como Hildo, Edilazio, Gil, João Marcelo, entre outros. O que acalenta é termos Aluísio, Cléber, Pedro Lucas, Roseana, por exemplo.

Mas sinto que falta o que outros estados já conseguiram que é um sentido de unidade da bancada, capaz de colocar as divergências de lado em prol de um projeto de desenvolvimento estadual.

JP -Como se pode mensurar hoje o desempenho da atual bancada federal maranhense?

RR– Não vou me referir ao Senado para não parecer piegas e/ou cabotino. Na Câmara dos Deputados, eu lamento muito hoje não termos deputados como Hildo, Edilazio, Gil, João Marcelo, entre outros. O que acalenta é termos Aluísio, Cléber, Pedro Lucas, Roseana, por exemplo.

Mas sinto que falta o que outros estados já conseguiram que é um sentido de unidade da bancada, capaz de colocar as divergências de lado em prol de um projeto de desenvolvimento estadual.

JP – Qual sua análise sobre o desempenho político e administrativo do governador Brandão?

RR– Conheço e convivo com Carlos Brandão há muitos anos. Pessoa da melhor qualidade. No entanto, não gostaria de estar no lugar dele. Eu sempre disse que o governador Brandão iria receber de seu antecessor uma granada no colo, com o pino já retirado. Foi o que aconteceu. Torço pra ele conseguir ao menos abafar a explosão, que me parece inevitável.

Disse a ele antes do início deste mandato que a economia do Maranhão estava arruinada, e não tinha espaço fiscal para um governo do tamanho do que ele herdava. Imagina dois governos. Isso exigia a compreensão daqueles que passaram 8 anos no governo, e que não deram oportunidade ao Brandão, e agora ele precisava montar o seu governo.

Resultado, o Maranhão que não tinha espaço fiscal para um governo daquele tamanho, agora tem dois. Então, antes de cobrar do Brandão, tem que cobrar dos comunistas que não abrem mão das suas sinecuras.

JP – Qual sua impressão sobre a atual conjuntura da sucessão em São Luís: Eduardo Braide, Duarte Jr, Wellington do Curso, Yglesio etc?

RR -Difícil opinar agora. Ainda estamos dentro da bolha política do Maranhão. De todo modo, sendo os quatro candidatos bem conhecidos pelos eleitores, eu não espero nenhuma surpresa vinda das urnas.

JP – O senhor está mesmo disposto a disputar a sucessão do governador Carlos Brandão em 2026?

RR– Sem nenhuma presunção, mas se tem alguém hoje formado em Maranhão, que palmilhou esse chão de ponta a ponta e estudou os problemas em debates com grandes especialistas assim como com o povo na sua dura realidade, esse alguém sou eu. E aquele político que duvidar eu convido para um debate público sobre o estado. Não quero discutir governo, muito menos pessoas. Quero discutir o estado. Problemas e soluções.

JP – Por fim, o que o senhor achou do fato de a Assembleia Legislativa do Maranhão ter recusado propostas de homenagem ao ex-presidente Bolsonaro e à sua mulher, Michele Bolsonaro?

RR – É muito triste essa bipolarização, que leva a uma fulanização política entre duas pessoas. Um maniqueísmo que o Maranhão viveu por quase meio século. Quem ganha com isso? Só os dois que estão no pólo político, um retroalimenta o outro. O pior é que nessa engrenagem a correia é feita do couro do povo, e do mais pobre.

Desta forma, eu acho que a Assembleia deveria ter proposto uma homenagem para cada um dos dois pólos políticos nacionais, Lula e Bolsonaro. No cenário atual, quando se trata só de um, é fácil achar o contra.

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