O repasse da União
em 2019 não tem acompanhado o crescimento das despesas na
administração municipal e os prefeitos se vêem numa situação
financeira cada vez pior. O Fundo de Participação dos Municípios –
FPM, principal fonte de repasse das cidades, para o mês de outubro
tem previsão de queda de 30% em relação ao mês de outubro de 2018,
de acordo com estimativas divulgadas pela Secretaria do Tesouro
Nacional.
As prefeituras terão
muitas dificuldades para honrar seus compromissos com a folha,
despesas de custeio, fornecedores etc. Além desses fatores, as
despesas de custeio da administração pública têm aumentado cada
vez mais, devido aos reajustes anuais dos preços. O índice de
inflação anual acumulado já chega a quase 4%, tornando cada vez
mais difícil para os gestores municipais arcarem com as
responsabilidades e cumprir a lei de responsabilidade fiscal.
Neste momento,
dezenas de prefeitos maranhenses estão em Brasília para organizar
as pautas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), e foram
surpreendidos com a informação da queda brusca do FPM na primeira
parcela do mês de outubro.
Por conta da péssima
surpresa, os prefeitos realizaram uma reunião com o presidente da
FAMEM, Erlânio Xavier para discutir a queda brusca da primeira
parcela do FPM.
“A queda chega a
30% do FPM em relação a outubro do ano passado, que já foi muito
baixo. Com esses recursos que estão caindo nos cofres das
prefeituras no dia 10, a situação da maioria dos municípios é
crítica e poderá haver atraso de salários. Os prefeitos foram
pegos de surpresas, mesmo os que tem as contas equilibras terão
dificuldades imensas para manter os compromissos em dia”, lamentou
o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier.
Idan Torres,
prefeito de Santa Filomena, também mostrou preocupação com as
sucessivas quedas nos recursos do FPM.
“Para nós
prefeitos é uma luta bastante difícil manter os pagamentos dos
servidores e fornecedores em dia, com toda a responsabilidade e ainda
investir em obras e melhorias no município. Estamos preocupados com
essas sucessivas quedas nos repasses do FPM, e vamos ainda sentar
para ver o que pode ser feito para que ninguém, servidores,
fornecedores e, principalmente, a população fique prejudicado por
essas decisões equivocadas da ala econômica do governo federal”,
disse Idan Torres.
Já o prefeito
Maninho, de Alto Alegre do Maranhão, está apelando para as forças
divinas para manter os compromissos em dia.
“Agora é apelar para Deus, para que nosso Pai nos dê sabedoria de como vamos
administrar tantos encargos, que todo dia crescem, com esses recursos
que vão diminuindo a cada mês. Que Deus tenha misericórdia dos
prefeitos, porque a situação vai ficar preta em outubro”, disse o
gestor de Alto Alegre do Maranhão.
Aluisinho do Posto,
prefeito de Esperantinópolis, não mostrou surpresa com os valores
abaixo do esperado pela maioria dos gestores.
“Não fico
surpreso, porque o município de Esperantinópolis é um dos que mais
sofrem com a diminuição injusta dos repasses, principalmente do
FPM. Já perdemos talvez uns 10 milhões de reais desde que assumi o
mandato. Essa é mais uma notícia que lamentamos, mas já esperava.
É necessário que nós gestores arrochamos mais um pouco o cinto com
despesas para evitar atrasos, demissões e paralisações em obras.
As coisas não estavam boas para os municípios e com essa diminuição
vão ficar um pouco pior, mas vamos em frente, aguardando que a
partir de novembro, dezembro e 2020 tudo seja melhor para os
municípios”, pontuou Aluisinho do Posto.
"Essas
diminuições terminam caindo em cima dos prefeitos, que vivem na ponta,
trabalhando, levando para o povo saúde, educação, serviços públicos, e
essas munições só quebram em cima dos prefeitos", finaliza Erlânio Xavier.
Prefeitos são recebidos pelo senador Weverton Rocha |
Conforme o Instagram
da Famem, “Os prefeitos do Maranhão estão em Brasília para
organizar as pautas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM),
entre elas a partilha da Cessão Onerosa. Visitar o Senado e a Câmara
Federal para verificar a distribuição para os municípios. E vão
finalizar com uma visita ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), para discutir o andamento de obras que
beneficiarão a população do Estado.
CARLINHOS FILHO
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